O 8M é um dia de luta, de reivindicações e de resistência contra um sistema que perpetua a exploração e a opressão das mulheres, especialmente das mulheres trabalhadoras, negras, indígenas, trans, dissidentes e periféricas. Vamos às ruas para enfrentar os ataques dos governos impulsionados por uma extrema direita reacionária e anti direitos que está crescendo e se fortalecendo. Para derrotar essa ofensiva, precisamos de mais mobilização, organização e a construção de uma alternativa socialista e revolucionária para que o patriarcado e o capitalismo caiam juntos.
Pelo aborto legal, livre, voluntário, seguro e gratuito no SUS
O direito ao aborto é uma pauta essencial para a autonomia das mulheres e pessoas que gestam. No Brasil, onde o aborto inseguro é uma das principais causas de morte materna, garantir a legalização e a gratuidade desse serviço no Sistema Único de Saúde (SUS) é uma medida urgente de saúde pública e justiça social. A criminalização do aborto afeta, sobretudo, as mulheres e pessoas que gestam pobres e racializadas, expondo-as a riscos e violências. O direito de decidir não pode ser privilégio de poucas pessoas, mas sim um direito garantido a todas e todes. Meu corpo, minha decisão!
Contra a escala 6x1 e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários
O modelo de trabalho exaustivo imposto pelo capitalismo, como a escala 6x1, sobrecarrega as trabalhadoras e os trabalhadores, dificultando o acesso ao lazer, ao descanso e à vida social. Reduzir a jornada de trabalho sem redução de salários é uma reivindicação fundamental para combater a precarização e melhorar a qualidade de vida. Além disso, essa medida é essencial para distribuir melhor as oportunidades de emprego e combater a feminização da pobreza, garantindo que as mulheres possam conciliar o trabalho com suas vidas pessoais sem prejuízos financeiros ou sociais.
Contra o Arcabouço Fiscal e toda a política de ajuste e austeridade do governo Lula
As políticas de ajuste fiscal e austeridade sempre recaem com mais peso sobre as mulheres, especialmente as mais pobres. O Arcabouço Fiscal imposto pelo governo Lula limita investimentos sociais essenciais, aprofundando a precarização dos serviços públicos, como saúde, educação e assistência social, que são fundamentais para a vida das mulheres trabalhadoras. É necessário enfrentar essa lógica neoliberal e exigir do governo que priorize a vida e o bem-estar da população, e não os interesses do mercado financeiro.
Abaixo o Marco Temporal, demarcação de terras e reforma agrária urgente
Enquanto o agronegócio avança sobre territórios ancestrais, as comunidades indígenas lutam para garantir sua sobrevivência e preservar sua cultura. A demarcação de terras indígenas e uma reforma agrária efetiva são urgentes para começar a corrigir as desigualdades históricas, enfrentar o desastre ambiental provocado pelo capitalismo extrativista e garantir que aqueles que vivem da terra tenham o direito de decidir sobre ela.
Por trabalho digno e igualdade salarial para combater a feminização da pobreza
As mulheres continuam sendo as mais afetadas pelo desemprego, pela informalidade e pela desigualdade salarial. No Brasil, uma mulher negra ganha, em média, menos da metade do que um homem branco. Essa disparidade não é fruto do acaso, mas sim de uma estrutura social e econômica que relega as mulheres a trabalhos precários e mal remunerados. A luta por igualdade salarial e trabalho digno é, portanto, uma luta contra a injustiça e contra um sistema que explora a força de trabalho feminina enquanto nega seus direitos básicos.
Por segurança gestacional e maternidade assistida
Ser mãe no Brasil é um desafio, especialmente para mulheres de baixa renda. A mortalidade materna ainda é uma realidade alarmante, junto com a violência obstétrica que sofrem as mulheres e pessoas que gestam, falta de assistência adequada no pré-natal e dificuldades para conciliar maternidade e trabalho. A luta por segurança gestacional e maternidade assistida significa exigir um sistema de saúde que respeite as pessoas que decidem gestar, garantindo atendimento humanizado, licenças parentais mais amplas e o direito à creche pública de qualidade.
Contra a extrema direita e seus planos reacionários e anti direitos
A ascensão da extrema direita no Brasil e no mundo representa uma ameaça concreta aos direitos das mulheres e das dissidências. Políticas antifeministas, discursos misóginos e ataques a direitos conquistados fazem parte do projeto político da direita reacionária. Não podemos permitir retrocessos. É fundamental que as mulheres estejam organizadas para barrar essa ofensiva, ocupando as ruas, os sindicatos, os movimentos sociais e todos os espaços de luta.
Neste 8 de março, não queremos flores nem homenagens vazias. Queremos direitos, dignidade e justiça. Nossa luta é coletiva, antirracista, anticapitalista e decolonial. Seguiremos firmes, construindo um futuro onde ser mulher não seja sinônimo de exploração e violência, mas de liberdade e emancipação.
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