Por: João Pedro militante da Revolução Socialista e da Liga Internacional Socialista
Desde o dia 30 de Dezembro de 2024 os Ava Guarani no Oeste do Estado do Paraná estão cercados sofrendo ataques dos fazendeiros armados da região. Esses ataques começaram depois que os indígenas ocuparam terras na região de Terra Roxa e Guaíra, com o intuito de cobrar a demarcação dos territórios que foram destruídos desde a construção da usina de Itaipu. O governo estadual, através da figura do Governador Ratinho Jr., já se posicionou por diversas vezes ao lado dos fazendeiros.
Recentemente tivemos conflitos na região Oeste do Paraná, onde fazendeiros locais atiraram contra as populações indígenas que retomaram terras em Terra Roxa e Guaíra. Há um ataque direto contra as populações indígenas e uma falta de vontade, proposital, do governo estadual de tomar medidas que protejam essa população em situação vulnerável, inclusive o governador do estado, Ratinho Jr., já se posicionou por diversas vezes ao lado dos fazendeiros armados.
O clima de terror vem tomando conta da região e os indígenas estão há meses colocando suas vidas em risco por uma luta muito mais do que justa. Essa é uma reinvindicação histórica dos povos Guarani, que desde os anos 70 lutam por suas terras devastadas pela construção da hidroelétrica de Itaipu. A construção de Itaipu alagou diversos territórios antes utilizados pelas etnias Guarani, esse interesse desenvolvimentista resultou em um massacre das populações indígenas dessa região. Agora voltamos a ver uma nova perseguição pelo interesse dos fazendeiros nos territórios em situação de retomada, estão perseguindo mulheres e crianças como uma forma de dar um recado à resistência Ava Guarani.
O Paraná vive um projeto de expansão do capital privado especulativo, se lançando como o estado do futuro. O Governador Ratinho Jr. está vendendo todo o aparato estatal e ao mesmo tempo passando projetos de desmonte ambiental, exemplos recentes são os da privatização de escolas públicas e o PL 662/2024 que flexibiliza a emissão de licenças ambientais. Há um imenso interesse em aumentar o lucro dos grandes empresários passando por cima de políticas ambientais, legalizando a destruição do meio ambiente do Paraná, sendo assim, as populações que se opuserem a esse desmonte irão sofrer duras consequências. Os conflitos são devido ao Marco Temporal, impulsionado pelo agronegócio e fazendeiros e que o presidente Lula se negou a vetar, deixando mais vulneráveis os povos indígenas que lutam por suas terras, é por isso que continuamos exigindo a anulação dele, já!
Os povos indígenas no estado do Paraná têm sido um forte polo de resistência a esse desmanche proposto pelo governador do estado, por isso estão sendo atacados de forma recorrente. Precisamos apoiar a luta dos povos Ava Guarani e demais povos indígenas que se levantem contra o absurdo do avanço desenvolvimentista capitalista desenfreado no Paraná, e em qualquer estado do Brasil.
A resistência indígena serve de motivação para avançarmos cada vez mais na luta ecossocialista, pois toda essa destruição ambiental vai afetar primeiro a vida da classe trabalhadora marginalizada nesse sistema, em favor dos fazendeiros, empresários e patrões que oprimem e exploram as massas. Lutamos por um sistema completamente oposto. Um sistema onde seja o povo quem decide democraticamente o que e como produzir, respondendo às necessidades sociais e respeitando o meio ambiente. Hoje mais do que nunca, ecossocialismo ou barbárie capitalista!
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