Por Suzete Chaffin, vice-presidenta, Alexandre Martins, secretário geral e Reginaldo de Souza, secretário de organização do PSOL Jacareí e militantes da Revolução Socialista.
Não é segredo para ninguém que o PSOL, em nível nacional, está dividido desde 2022, quando a direção majoritária resolveu não concorrer com candidatura própria à presidência da República e apoiar Lula-Alckmin já no primeiro turno. Mas não parou por aí. Tem mais de um ano que o nosso partido entrou no governo com importantes figuras para ocupar cargos e ministérios, sem se importar com as medidas antipopulares que este governo está aplicando.
Eles justificam todas as alianças por causa da suposta luta contra o bolsonarismo. Ninguém nega que a ultradireita é perigosa, golpista e fez 4 anos de horrores. Mas o que esse setor não vê é que quem governa hoje não é Bolsonaro, e sim Lula e o PT, que já governaram 14 anos e privilegiaram os banqueiros e os empresários. Também não querem ver que Alckmin é odiado por milhões de pessoas no Estado de SP, pela política de terror que implementou contra trabalhadoras, trabalhadores e, principalmente, contra servidoras e servidores públicos.
Este governo de Frente Ampla, que a direção majoritária do PSOL apoia, inclui partidos de direita, do chamado centrão e até bolsonaristas, em Ministérios e no Congresso nacional. Tudo isso graças a muito dinheiro público negociado para apoiar reformas antipopulares, privatizações, terceirização, demissões e corte de gastos sociais.
Agora, este setor do PSOL quer trazer esses acordos absurdos para Jacareí e outros municípios da região. Fazer aliança com partidos de direita, de centro-direita e de centro-esquerda. Começou com conversas informais ou reuniões secretas com o PT e agora avança com declarações que destoam de todo o histórico do PSOL Jacareí e do Vale do Paraíba.
Quem não se lembra que em situações muito difíceis e com escasso dinheiro o PSOL Jacareí apresentou candidatura própria para prefeito/a em quatro eleições municipais? Destacamos a eleição de 2020, quando em meio à pandemia, a professora Suzete enfrentou dez candidatos homens, todos eles com propostas quase idênticas entre si. Nos debates faziam acordos de cavalheiros e só disputavam propostas de retirada de direitos dos trabalhadores da prefeitura. Nossa candidatura, por sua vez, teve uma política audaciosa, a favor do povo trabalhador, das mulheres, da negritude, contra a discriminação e a repressão, pela municipalização do transporte público, contra a terceirização que mata a educação e a saúde públicas.
O PSOL dividido
Infelizmente, a direção nacional do PSOL que compactua com todos os partidos do sistema está influenciando alguns agrupamentos aqui no Vale e a polêmica se instalou. Em Jacareí o nosso partido está partido, literalmente. O Diretório Municipal (DM), votou 3x3 por duas táticas eleitorais opostas, expressas em ata de 19/04/2024. Nessa oportunidade, quem subscreve esta carta: Suzete, Alexandre e Reginaldo, da tendência interna Revolução Socialista, defenderam uma Frente de Esquerda restrita ao PSOL-PSTU-PCB-UP, ou seja, aos partidos de esquerda, anticapitalistas e socialistas. Por sua vez, os outros 3 integrantes do DM, da tendência Resistência, defenderam a coligação com o PT. De fato, isto significa aliança também com o PCdoB, o PV e a Rede. Sabemos ainda, que houve “conversas” com o PDT, o Avante e o PSB de Alckmin.
Por isso, é muito importante tomarmos posição, informar e divulgar esta situação, porque esses grupos estão tentando domesticar o PSOL, convertê-lo não apenas num puxadinho do PT, como também em mais um partido da ordem: muito afastado das lutas sindicais, populares e por direitos sociais. Em outras palavras, querem destruir o PSOL. Muitos filiados e simpatizantes do PSOL nos perguntam o que está acontecendo no partido. Por que tantos grupos e militantes tem saído ou se distanciado do PSOL? Queremos responder a todos e todas, em alto e bom som, que continuamos na batalha pelo PSOL das origens e não desistiremos de nossa luta por uma nova direção para a classe trabalhadora, por um partido que a represente e em quem a classe confie.
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